Assinala-se hoje, dia 15 de junho, o Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa, designado desta forma desde 2006 pela Assembleia Geral das Nações Unidas e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.
Reconhecendo que a violência contra as pessoas idosas é uma questão social, de segurança e de saúde pública, considera-se que o combate eficaz deste problema contribui para um futuro mais inclusivo, em que todos sejam respeitados em cada ciclo da vida, nomeadamente no contexto de um envelhecimento ativo e saudável.
As estatísticas confirmam que nos próximos anos o número de idosos em todos os países desenvolvidos aumentará consideravelmente. Estima-se que, em 2020, 20% da população europeia tenha 65 ou mais anos, com especial prevalência para as pessoas que se situam na faixa etária dos 80 ou mais anos e com isso prevê-se um aumento do número de casos de abusos e maus-tratos a pessoas idosas.
Todos os anos registam-se vários casos de abuso contra os idosos e muitos acontecem em silêncio, sem conhecimento público. Parar os abusos verbais, emotivos, financeiros e corporais e promover a integração e o bem-estar do idoso são os desafios lançados pela comemoração desta data.
Os números falam por si:
- Entre 2013 e 2017, a APAV registou um total de 5683 processos de apoio a pessoas idosas, em que 4556 foram vítimas de crime e violência;
- A vítima é maioritariamente do sexo feminino 3619 (79,43%), sendo que o autor do crime em mais de 68% das situações é do sexo masculino;
- O autor/a do crime é o pai/mãe (37,4%) da vítima ou cônjuge (27,6%);
- O número de autores de crime contabilizados entre 2013 e 2017, ultrapassou o número de vítimas (4556), ascendendo aos 4771;
- Cerca de 52% das pessoas idosas vítimas de crime e violência, tinham entre 65 e 74 anos de idade, eram casadas (42%), e pertenciam a um tipo de família nuclear com filhos (30,5%);
- Em 79% das situações prevalece o tipo de vitimação continuada, com uma duração média entre 2 e os 6 anos (9,4%).
É importante não esquecer que os jovens de hoje serão os idosos de amanhã e que em relação à violência é necessária tolerância zero, que deveria ser premissa de uma sociedade, recordando que a idade traz sabedoria, conhecimento, cultura, experiência, e que “não se pode ignorar esse talento e capital humano” das pessoas mais idosas.