Lapa do Lobo: Aldeia Cultural recebeu mais de 3 mil pessoas e dezenas de acções culturais
Nelas passa a ter novo evento anual de excelência a marcar a agenda cultural do país.
“A Lapa do Lobo: Aldeia Cultural, entra para o calendário de excelência das iniciativas de Nelas, da região e do país.” A afirmação é de José Borges da Silva, presidente da Câmara Municipal de Nelas, em jeito de balanço, após o êxito alcançado pela realização, ao longo de todo o fim-de-semana, do 1º Encontro Artístico na Lapa do Lobo Aldeia Cultural, no concelho de Nelas.
Ao longo de 3 dias, mais de 3000 pessoas participaram em mais de meia centena de acções culturais realizadas e que afinal concentrou em 3 dias a vida quotidiana, criativa e cultural dos 365 dias do ano da Lapa do Lobo. A Fundação Lapa do Lobo e a Contracanto, associação cultural, com o apoio da Câmara Municipal de Nelas, Junta de Freguesia da Lapa do Lobo e Associação Desportiva e Cultural Lapense, estiveram na base da ideia e da realização deste projeto artístico e criativo na região, numa fusão e valorização de valores culturais do interior de Portugal.
As vontades de uma pequena aldeia do interior da Beira Alta uniram-se para respirar criatividade e cultura, entre dinâmicas artísticas presentes num fim-de-semana único, que superou totalmente as expetativas. Nos dias 20, 21 e 22 de julho viveu-se um dos eventos mais identitários e criativos do concelho de Nelas e do Centro de Portugal, pautado por um programa cultural com mais de meia centena de atividades.
“GRANDE FESTA DA CULTURA ENTRA PARA O CALENDÁRIO DE EXCELÊNCIA DAS INICIATIVAS DA REGIÃO”
A Lapa do Lobo, no Município de Nelas, viveu num fim-de-semana singular, o que se vive no coração da aldeia, 365 dias por ano. As ruas de pedra granítica abriram portas a um verdadeiro roteiro cultural vivido durante 3 dias únicos. Uma “grande festa da cultura” onde a renda de bilros, a cianotipia, exposições, a expressão musical e dramática, a dança, a poesia, fotografia, a tecelagem e teatro, tão típicos da aldeia, foram transportados para oficinas participativas, as instalações serviram de museus de exposição e a animação de rua acordou a aldeia.
Este 1º Encontro Artístico contou com o apadrinhamento especial de António Zambujo, num concerto intimista e informal, que encerrou o evento com elevada distinção para lapenses e visitantes. Em síntese, tivemos “ uma aldeia autêntica e inteira para cada um que a quiser”.
“A CULTURA ESTÁ VIVA NO INTERIOR DE PORTUGAL”
O lugar de gentes com raiz vincada na pele e pedra gravada nas mãos acordou a sorrir durante um fim-de -semana único e foi lugar de encontros, idiomas e vontades de quem a decidiu visitar. Milhares de pessoas abraçaram as propostas culturais desta aldeia feita de granito da Beira Alta e as sementes deram frutos. A autenticidade da “Lapa do Lobo: Aldeia Cultural” conquistou de forma encantada pela uniformização fascinante da cultura. As oficinas esgotaram, cumprindo o dever de que “a cultura se faz para partilhar, conhecer e para desfrutar com alegria”, afirmou Carlos Torres, presidente da Fundação Lapa do Lobo. O coração dos participantes vibrou e levou parte da tradição da Lapa gravada no coração, com novas experiências, sorrisos, aprendizagens, união entre famílias e convívio.
“ORGULHO LAPENSE”
Ao longo de três dias, os Lapenses abriram as suas portas, regaram arte à janela, fizeram dos muros cinema, dos largos velhos histórias novas, da pedra granítica tapeçarias, das esquinas música e das lajes o chão onde nasciam danças, onde os caminhos extravasaram o destino de uma identidade orgulhosa. A ousadia teimosa de manter viva a cultura no interior de Portugal rasgou sorrisos de alegria nos Lapenses por verem o coração da aldeia revisitado por gentes da região e do país. O 1º Encontro Artístico fez-se valer “da prata da casa, onde as pessoas foram artistas e os locais verdadeiros salões de exposição”, mas a confirmação da aldeia enquanto espaço de cultura, elevou o orgulho de “ser-se Lapense”.
3 DIAS COM ADN CULTURAL A REPETIR
Os organizadores do evento afirmaram a vontade de repetir o encontro artístico nos próximos anos. Carlos Torres, presidente da Fundação Lapa do Lobo sublinhou que “o investimento foi altamente compensador, sobretudo pelo empenho que motivou centenas de participantes que criaram o evento e a mostra cultural que ele proporcionou”. António Leal, co-organizador e presidente da Contracanto, estava ”particularmente feliz e realizado, de coração cheio, com a concretização de um sonho com dois anos que visava combater a desconfiança e o atavismo” e Rui Fonte, co-organizador da Fundação Lapa do Lobo, manifestou “um sentimento de celebração e de missão cumprida, com objetivos cumpridos e metas ultrapassadas”. Todos unânimes na vontade de repetir o Encontro Artístico em 2019. A confirmar as palavras de António Leal para quem “o limite da arte é a fronteira da alma com a sensibilidade do coração”.