Os Arquivos estão, paulatinamente, a adquirir um estatuto diferente daquele que tinham em finais do século XIX. Não são apenas meros repositórios de documentação e, muitas vezes, de lixo, mas transformaram-se em serviços dinâmicos ao cuidado da cultura e da sociedade. Felizmente, que muitas instituições têm vindo já a assumir, firmemente, a vontade de organizar o seu próprio arquivo tornando os serviços mais céleres e eficazes.
Esta mudança com certeza que não é fácil, pois exige vontade e abertura a novos modos de trabalhar e de olhar para a informação/documentação. A existência de Cursos de Especialização e Mestrados em Ciências Documentais auxilia, igualmente, no cultivo do gosto pela organização documental e forma pessoas mais capazes de enfrentar os problemas de uma sociedade denominada de “Sociedade da Informação”.
Também não se deve descurar o novo advento informativo que está relacionado com a informatização dos próprios documentos. A digitalização e a microfilmagem são duas técnicas que permitem obter cópias fidedignas dos documentos e que permitem a sua consulta em suporte digital. Esta nova Era está a chegar e convém que as Instituições tenham consciência dos seus benefícios.
Quanto aos Municípios verifica-se que, progressivamente, começam a despertar para os benefícios e vantagens de possuir um Serviço de Arquivo. É de elogiar o trabalho da Direcção Geral de Arquivos (DGARQ) que, através do Programa PARAM (Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais) incentiva os Municípios a dar um passo em frente na constituição do Arquivo Municipal.
Apesar de não estar a beneficiar de nenhum programa de apoio, a Câmara Municipal de Nelas está já na corrida para a constituição do seu Arquivo Municipal. Já é um óptimo começo, pois tudo se inicia por uma vontade veemente de mudar para melhor.
O caminho avizinha-se aliciante e com muito trabalho à mistura, mas não deixa de ser entusiasmante viver com o desejo de implementar transformações ao nível da organização documental.